No lugar do ideal socrático de paz interior ou harmonia pela eliminação do conflito, os textos de Nietzsche pontuam a possibilidade de transformar o conflito desmedido e destrutivo - a destruição mútua de impulsos em competição, e com sua destruição a destruição do indivíduo que eles habitam - em um conflito ponderado e fecundo. [3.] Uma das narrativas de Nietzsche acerca do tornar-se sobre-humano toma a forma de uma antevisão de uma futura “aristocracia superior” (Nachlass/FP 10 [17], KSA 12.462; 9 [153], KSA 12.424). Biografia Juventude. Ao mesmo tempo, essa nota também lança luz sobre o conceito orgânico de soberania proposto por Nietzsche (Nachlass/FP 11 [182], KSA 9.511; ver citação acima) como um modelo para a agência social individual. Aqui Nietzsche nos adverte contra a autossubmissão - ou sacrifício pelo desconhecido - tal como a "lei moral eterna" - em favor de uma moralidade radicalmente individual. A redução naturalista da voz interior da consciência a um conjunto de sentimentos imitados [Summe nachgeahmte Empfindungen] de inclinação/aversão a priva claramente de sua inquestionável autoridade normativa. Na anotação em questão, ela é atribuída aos "seres humanos livre e fortes" [starker freier Mensch] que são postos no fim da narrativa sociofisiológica de Nietzsche como "os seres humanos que se tornaram livres" [freigewordener Mensch]. Este artigo examina as considerações de Nietzsche acerca das fontes sociais e históricas do eu como um contra-argumento à concepção liberal de indivíduo. On the positive side is the constructive counter-claim that the maintenance and cultivation of our capacities for productive, autonomous agency is dependent on relations of measured antagonism both between and within us as individuals, or rather: as dividua. A partir do texto acima fica claro que Nietzsche dá preferência ao veemente antagonismo de nossos impulsos, e não à sua redução a uma paz indiferente, como a chave para uma pluralidade de indivíduos vibrantes e fecundos. Naturalização da moral]; Cf. [ Links ], MOUFFE, Chantal. 143-181. sobre a (pré) história e a constituição social de nossa capacidade como indivíduos soberanos (sovereign); III. Em um fragmento do verão de 1875, Nietzsche anota: "a dominação espiritual de Atenas foi um impedimento [Verhinderung] à toda reforma. Nós nos dividimos e continuamos a nos dividir mais vezes. E o que é mais significativo, elas são frequentemente atribuídas ao próprio Nietzsche por aqueles que o veem como um defensor do individualismo autárquico ou aristocrático. Der Einfluss von Wilhelm Roux auf Fr. ¾ 4.ed. Aqui o foco não é na consciência, mas nas necessidades comuns ou compartilhadas, com a tese de que a linguagem (palavras) significam sentimentos compartilhados ou agrupados [Empfindungen/Empfindungs-Gruppen]; isto é: experiências interiores [Erlebnisse] e necessidades [Bedürfnisse] não-únicas. Nachlass/FP 11 [82], KSA 9.509). A tarefa prescritiva de Nietzsche é formular uma forma viável de relação consigo mesmo [self-relation] que não falsifique, mas que faça justiça ao que nós somos. Oxford: Oxford University Press, 1998. Nietzsche's Moral der Individualität". O Andarilho e sua Sombra § 83, ksa 2.589-590. Esses são os principais alvos do contra-argumento nietzschiano dirigido ao conceito liberal de indivíduo que pretendo apresentar neste artigo. Para a última posição de Rawls, OWEN, David. a contained and annihilated motion. In. ["Os homens e os filósofos imiscuíram precocemente o homem na natureza - desumanizemos a natureza! d�l��-�+�dIN����JA.�t8�d�G�#��{�(t��@7����a�k�*�P��Tz*�S-���J�p��� �6�zg/��Œmd�eїe/߱����t��ݳ��`�ӆq��|�z{�>�y. Yet they overcame sheer natural forces of destruction by selectively ordering them in their practi- ces, cults, and festival days. Na segunda fase, indivíduos soberanos são formados quando os órgãos cessam de ser órgãos e tornam-se organismos autônomos (no lugar da sociedade ou Estado). Expor os erros do ego! Górgias. Essas acusações afirmam que a noção de indivíduo formulada na posição original pressupõe que: 1. uma pessoa é previamente individuada: uma pessoa é o que ela é como pessoa independentemente dos fins ou valores que ela escolhe livremente; os fins que eu escolho não são constitutivos da minha identidade ou de quem eu sou. 15 Para um tratamento mais detalhado da crítica de Nietzsche a uma ontologia substancial, cf. E assim como o veemente antagonismo de nossos sentimentos deve ser maximizado para que haja uma pluralidade de indivíduos vibrantes (Cf. Der Einfluss von Wilhelm Roux auf Fr. The Perspectivism of Nietzsche (Doctoral thesis) O(s) perspectivismo(s) de Nietzsche (tese de doutorado) Nasser, 2012 e Frezzatti, 2006 , pp. 2008 13 O TERMO “RESSENTIMENTO” Na segunda metade do … Mais especificamente, exponho esta tese em contraste com duas conhecidas acusações endereçadas a Rawls por seus críticos. Esse é o motivo pelo qual Nietzsche escreve sobre a "natural imoralidade" de nossos valores (Nachlass/FP 9 [86], KSA 12.380) e "o terrível texto básico homo natura" (JGB/BM 230, KSA 5.167): a natureza em questão é uma natureza que foi destituída de sentido moral e restituída à sua inocência e ferocidade. [ Links ], PLATÃO. Friedrich Nietzsche. uma inteligência superior e independente dele; se no mundo reina uma. Nietzsches "Vom Nutzen und Nachteil der Historie für das Leben", Epistemata Würzburger Wissenschaftliche Schriften, Reihe Philosophie Bd. Nachlass/FP 11 [182], KSA 9.512). Ed. A crítica de Nietzsche a uma ontologia substancial acarreta a tarefa de explicar em termos naturalistas como nós viemos a tomar substâncias - a existência de coisas estáveis, incluindo o sujeito - como sendo verdades fundamentais e autoevidentes. No momento, concentrar-me-ei no primeiro ponto, que surge quase como uma ideia adicional na explicação de Nietzsche da emergência do indivíduo a partir do organismo social. NIETZSCHE. Contudo, elas cobram um preço elevado. [...] Aprender passo a passo a abandonar o pretenso indivíduo! Nietzsche-Studien 7, 1978, p. 189 - 223. (Nachlass/FP 11 [7], KSA 9.443). É preciso invocar prodigiosas forças contrárias, para fazer frente a esse natural, muitíssimo natural progressus in simile [progresso no semelhante], à evolução do homem rumo ao semelhante, ao costumeiro, mediano, gregário - rumo ao comum [Gemeine]. * "aquele que em maior medida se aparta de si mesmo" refere-se a "4) secreção e excreção: sob a forma de desprezo, desgosto por qualidades que por si só não são mais úteis; comunicando [mittheilen] sua abundante benevolência"; * aquele que "renova" refere-se à "6) regeneração: sob a forma do impulso sexual, impulso pedagógico etc. E como vimos no Fragmento póstumo 11[182], soberania, nesse sentido (como autolegislação radicalmente individual), se opõe especificamente à autossujeição ao conceito de uma lei moral eterna e universal, ao conformismo e à perda da diversidade humana que tudo isso implica. Esse pensamento, que aparece en passant na anotação acima, é central em outra anotação do mesmo caderno de notas, na qual Nietzsche se ocupa da relação do indivíduo para com a espécie como um todo: Os objetivos do indivíduo necessariamente são os objetivos da espécie? 629-653.Esse artigo tem por base um trabalho sobre as implicações políticas do pensamento de Nietzsche, especialmente sua crítica dos valores democrático-liberais (Siemens 2006, Siemens 2009a), bem como meu artigo Empfindung para a Nietzsche-Wörterbuch (NO 2011). "Philosophy and Politics". In. Filosofia alemã 2. Nietzsche de: R$ 4,00 até: R$ 28,00. Cf. No texto de Nietzsche, a guerra de todos contra todos de Hobbes é reconstruída como a fase na qual os indivíduos sofrem as disfunções que acompanham o rompimento do organismo social, devendo então assegurar sua própria existência como organismos individuais (e não apenas como órgãos) através da reordenação de seus impulsos e funções. (Ed.). ANSELL-PEARSON, Keith (Ed.). Não mais se identificaria a religião com a Igreja enquanto instituição de poder, mas sim, como espiritualidade e vida interior que sente o vínculo entre indivíduo e terra, e o impele a identificar-se com a totalidade do todo que existe, afirmando a vida e compreendendo-se como parte dela. Ed. A noção de "uma ação má" é remetida de volta à sua vinculação com um dado impulso, ou melhor: sua satisfação é acompanhada de um sentimento de aversão. Nietzsches "Vom Nutzen und Nachteil der Historie für das Leben", Epistemata Würzburger Wissenschaftliche Schriften, Reihe Philosophie Bd. [...] (Nachlass/FP 6 [58], KSA 9.207). In. Os argumentos a favor do caráter social da (auto) consciência individual extraídos da linguagem, expostos no § I, são aqui reforçados em termos de uma internalização de interpretações e julgamentos morais alheios. Ver Livros. lead to a static effect before it appears to our feel-ing. �>}�l�$���|թN���a�g���c{t�9�C��m��֙���C��M׷��.���fJ�P||�fw=�1�k�� O Nascimento da Tragédia Friedrich Nietzsche de: R$ 12,00 até: R$ 200,10. Ordenação interior por meio de autorregulação efetiva é, portanto, a chave para o conceito de soberania proposto por Nietzsche. 2. 1414 "Einen Trieb haben und vor seiner Befriedigung Abscheu empfinden ist das "sittliche" Phänomen" (Nachlass/FP 6 [365], KSA 9.290). Eles nos dão nossa imagem de nós mesmos, de acordo com a qual medimos a nós mesmos, bem - ou mal satisfeitos conosco mesmos! In. Cambridge: CUP, 2003, p. 460-487. (Zu Schopenhauer, dated Oktober 1867 - April 1868, in: BAW III 352 - 370 (452 - 3 for Nachbericht). London: Sage, 1995, p. 133-138. 1818 Cf. Nosso próprio julgamento é somente a extensão [Fortzeugung] de [julgamentos] alheios combinados! Isso é eutanásia, completamente infecundo! Nesta segunda fase da narrativa de Nietzsche, "quando os laços da sociedade se rompem", os primeiros indivíduos experimentais, ou "Versuchs-Individuen", afirmam a si mesmos como soberanos. Combinando ambos os textos nós podemos reconstruir o seguinte argumento: na medida em que a (auto) consciência individual é ela mesma um produto da linguagem (FW/GC 354, KSA 3.590), e visto que a linguagem significa as necessidades comuns ou compartilhadas que determinam os valores da comunidade (JGB/BM 268, KSA 5.221), segue-se que o indivíduo (auto) consciente é inseparável de seus valores, e mais especificamente, dos valores fundamentais da comunidade à qual ele pertence. Mas em 1869 Nietzsche escreve: "Euripides hat von Socrates die Vereinzelung des Individuums gelernt" ["Eurípides aprendeu com Sócrates a singularização do indivíduo"] (Nachlass/FP 1 [106] KSA 7.41). Berlin. Nietzsche formula não apenas uma forte crítica do conceito de pessoa [personhood] associal e previamente individuada, como também uma concepção alternativa e positiva de pessoa [personhood]. Sobre a (pré) história e a constituição social de nossas capacidades como indivíduos autônomos. Cf. Assim, a igualdade prevalece amplamente! Nós veremos mais sobre isso nos §§ II-IV. Liberals and Communitarians. Um pensamento obrigatório volta para o período em que a dominação não estava presente: isto não foi necessário; isto está por detrás da vitória sobre os persas" (Nachlass/FP 6 [27], KSA, 8.108). Essa implicação milita claramente contra o conceito liberal de indivíduo como associal e previamente individuado. Nietzsche, Freud, Marx. DOI: 10.1515/NO_W017186_0080), 2011. Por anos eu tenho tido relações sociais com pessoas e eu tenho levado a autonegação e a polidez tão longe a ponto de nunca falar de coisas que estão perto do meu coração. In. Após Theory of Justice, a posição de Rawls leva em conta essas críticas. Nietzsche, associado ao Grupo de Estudos Nietzsche da USP, apresenta, em mais de 35 volumes publicados e cerca de 20 anos de publicações, apenas um artigo sobre uma 2 Seguem-se as siglas empregadas para as referências às obras de Nietzsche: KSA – Sämtliche Werke: A moralização de nossos impulsos através do processo da internalização é mais bem descrita em uma anotação na qual o caráter social ou relacional de nossos impulsos é claramente enunciado: Que impulsos poderíamos ter que não nos colocassem desde o começo em uma determinada disposição em relação aos outros: nutrição, impulso sexual? Ou eles o dilaceram em sua luta [Kampfe] recíproca. "Uma ação má". Eles implicam que a linguagem, o pensamento e a consciência são inadequados para comunicar as particularidades das pessoas. Ao contrário, o indivíduo é necessário ao menos como ponto focal (um guia), e este somente será livre em relação à posição mais ou menos elevada dos outros. [ Links ], MÜLLER-LAUTER, Wolfgang. Würzburg: Königshausen & Neumann, 1998, p. 8-38). [Ter um impulso e sentir timidez ante sua satisfação é o fenômeno "moral"]. GC, I - V A Gaia Ciência KSA, 8 Demais fragmentos do período entre 1875 e 1879 KSA, 9 Demais fragmentos do período entre 1880 e 1882 ZA I - IV Assim falou Zaratustra. Foi um dos mais importante... (página 8) Nietzsche, Friedrich Wilhelm, 1844 1900 I. Título II. Nachlass/FP 9 [8], KSA 12.342: "An Stelle der moralischen Werthe lauter naturalistische Werthe. A Theory of Justice. Em si mesmos nossos impulsos não são bons nem maus. Correio eletrônico: hwsiemens@hotmail.com. Grande parte dessa crítica é dirigida ao conceito de sujeito, frequentemente visto como a fonte de nossa crença projetada em coisas estáveis ou mesmo em substâncias no nosso entorno. In : Neue Beiträge zu Nietzsches Moral-, Politik- und Kulturphilosophie. [...] Quando a satisfação de um impulso é sempre acompanhada de um sentimento de proibição e aflição, cresce uma aversão contra ele: nós agora o consideramos mal. 11 Sobre a autolegislação radicalmente individual, cf. Ed. Nós o ligamos a um sentimento que o acompanha inseparavelmente, uma nova unidade surge. Qualquer que seja o significado exato de "sentimento cósmico", ele acarreta um modo de relacionar-se consigo mesmo e com os outros para além das falsas unidades do "eu" e do "tu", e é parte do programa prescritivo de livrar-se de uma concepção equivocada de indivíduo anunciado nessa anotação. O conflito destrutivo dos impulsos, desencadeado por sua emancipação da dependência do organismo social, levou os primeiros filósofos morais a tentar resguardar o indivíduo mediante a recomendação de uma volta reacionária para a sujeição: Os moralistas [Ethiker] tomaram a frente e procuraram mostrar aos seres humanos como eles ainda poderiam viver sem sofrer consigo mesmos - na maioria das vezes recomendando a eles o velho e condicionado modo de vida sob o jugo da sociedade, mas com a única diferença de que no lugar da sociedade comparece [o jugo] a um conceito - eles são reacionários. (Nachlaß Summer 1875, KSA 8, 9[1]) Sem a representação protoplasmática de uma "coisa estável" fora de nós mesmos, não haveria submissão nem assimilação. A Gaia Ciência Nietzsche de: R$ 8,91 até: R$ 176,31. A virada de Nietzsche rumo à fisiologia, ou a virada fisiológica na explicação de Nietzsche da soberania, permite a ele, portanto, repensar a autodeterminação em termos relacionais e radicalmente individuais: a soberania requer que um indivíduo determine suas ações em relação aos outros em resposta àquelas condições que permitem a ele satisfazer de forma optimal suas necessidades e florescer como uma forma-de-vida única. Isabelle Wienand (Ed.). Nietzsche". Mas o que é notável nessa explicação não é tanto a redescrição de nossa relação conosco mesmos como uma internalização de relações sociais, mas sim a ênfase no conflito e na autodivisão ("a favor e contra"). Nietzsche registra no verso do frontispício do livro 3. Esses argumentos serão desenvolvidos no que se segue em consonância com quatro principais linhas de pensamento: I. sobre as origens sociais e o caráter da (auto) consciência; II. Commentators have tended to proceed from the assumption that Nietzsche’s valorizations of artistic falsehood reduce to claims about representational falsehood. Podemos agora tomar a questão em seu contexto: se a medida e a paz interior obtida através da autossujeição à lei moral eterna e universal é o caminho da servidão, como então pode a liberdade radicalmente individual ser de todo concretizada? [ Links ], RAWLS, John. 77 Para "Entmoralisierung", cf. Juntos, eles são pré-formados pelos interesses e funções do organismo social ao qual pertencem originalmente. Assim, a igualdade predomina amplamente! Na primeira fase, quando seres humanos são órgãos, suas ações e impulsos são determinados pelas necessidades do organismo ao qual pertencem: eles sentem afetos da sociedade em relação a [gegen] outras sociedades e seres singulares [...] e não na qualidade de indivíduos; há somente inimigos públicos. Nietzsche tells us in an early note (KSA 8, 5[146]) that Greek institutions were healthy in not separating culture from nature in the manner of a good-evil scheme. Mas ela é soberana no sentido de que essas relações são determinadas de dentro por uma forma-de-vida específica ("organismo") na procura das melhores condições de existência que são únicas para ela, e pelo tipo de autorregulação que isso requer. E uma vez que a maximização do antagonismo interno compatível com a integridade individual é a condição para uma pluralidade de tipos humanos soberanos e fecundos, nós podemos dizer que a sociofisiologia de Nietzsche sugere uma política de igualdade, não no sentido de direitos iguais universais que nos protegeriam do conflito ou da usurpação, mas uma política da rivalidade entre forças mais ou menos iguais que permitem a uma pluralidade de indivíduos serem dividua fecundos, ao mesmo tempo em que mantêm sua unidade como indivíduos e o exercício da soberania nas suas relações com os outros. Sobre as origens sociais e o caráter da (auto) consciência. No texto que se segue veremos exemplos de ambos. Seus argumentos visam mostrar, por um lado, que o indivíduo ou pessoa é inseparável de seus objetivos ou valores, que são socialmente constituídos, e que nossa capacidade como indivíduos, especialmente para a agência soberana, é o produto de uma longa história e pré-história social. Interessa ao filósofo não a verdade histórica, ou seja, o texto da verdadeira pregação do Cristo, mas a reconstituição de seu tipo psicológico. und Nietzsche Briefwechsel Kritische Gesamtausgabe, Berlin/New York, Walter de Gruyter, 1975ff., herausgegeben von Paolo D’Iorio. Frete GRÁTIS em milhares de produtos com o Amazon Prime. "Sujeito" é a condição para a existência da vida orgânica, por isso não a "verdade"; mais, a sensação de sujeito [Subjekt-Empfindung] pode ser essencialmente falsa, mas é o único meio de sobrevivência. Essa contestação se dá primeiramente pela redução da consciência a um conjunto de sentimentos morais [Empfindungen], e em seguida pela redução destes sentimentos a meros sentimentos de inclinação ou aversão [Zu- und Abneigung] que teriam sido imitados [nachgeamt] daqueles que têm autoridade moral sobre nós: Que os humanos têm dentro de si mesmos a norma de acordo com a qual eles têm de agir - ainda se crê nessa extraordinária estupidez hoje em dia! 8 Sobre a concepção nietzschiana de gênio, cf. moderno” (KSA 12, FP 7(8) – final de 1886–início de 1887). 23 novos e 32 usados. Como argumentarei, o texto de Nietzsche sugere um ideal agonístico de uma pluralidade interior em um conflito moderado e fecundo, sustentado e entrelaçado com uma pluralidade exterior de seres soberanos ou organismos engajados em um conflito moderado e produtivo uns com os outros. (Nachlass/FP 6 [70], KSA 9.212). A Arqueologia do Saber; trad. ... em que será utilizada apenas a sigla KSA(NIETZSCHE, F. W. Sämtliche Werke. Nietzsche prossegue argumentando que as necessidades mais importantes e urgentes são as primeiras a encontrar expressão linguística e, como tais, elas acabam por definir nossos valores fundamentais [Rangordnung der Werthe, Gütertafel]. In. - São Paulo : PUBLIFOLHA, 2000. Nossos próprios impulsos aparecem a nós sob a interpretação de outros: embora no fundo eles sejam todos agradáveis [angenehm], eles estão tão misturados com sentimentos desagradáveis que os acompanham [unangenehmen Beigefühlen] através de julgamentos inculcados a respeito de seu valor, que de fato alguns são agora sentidos como maus impulsos: "eles me levam onde eu não deveria [nicht sollte] ir" - quando na verdade um impulso mau é uma contradictio in adjeto. The Cambridge Companion to Rawls. Por fim, os textos sociofisiológicos nietzschianos de 1881 desenvolvem não apenas uma potente crítica ao conceito liberal de pessoa [personhood] e de suas pressuposições metafísicas; eles também formulam um conceito alternativo de pessoa [personhood] e com base nele sugerem um contra-conceito de agência soberana que liga a singularidade (ou diversidade) e a manutenção do máximo - mas ponderado - antagonismo interno através de um antagonismo externo - e também ponderado - com os outros. L’Archéologie du Savoir. "Rawls and Communitarianism", op. A distância que separa essa visão da visão do indivíduo associal e autointeressado, pressuposta nas teorias contratualistas liberais, é enunciada de forma clara e detalhada nessa mesma anotação, onde Nietzsche escreve: Remeter todas as relações sociais ao egoísmo? Mas como vimos na introdução, a natureza e a natureza humana em particular foram completamente moralizadas ao longo da história da moralidade, e devem ser destituídas de sentido moral [de-moralised] a fim de que a naturalização da moral faça sentido. O que está em discussão neste artigo é a noção de indivíduo ou pessoa tal como ela é geralmente pressuposta pela teoria liberal do contrato, e mais especificamente por John Rawls, na assim chamada "posição original", formulada em seu célebre Uma Teoria da Justiça2. Nietzsche's Moral der Individualität". Em vez disso, elas são o fruto tardio de uma longa história social que Nietzsche reconta. e MOUFFE, Chantal. Luiz Felipe Baeta Neves. Walter de Gruyter, 1967-1977. Nietzsche. Nesse contexto, a crítica de uma ontologia substancial toma a forma de uma desconstrução fisiológica do sujeito moral substancial, seguida da reconstrução fisiológica do sujeito como dividuum.